um sol quente, que pela manhã
tenta aplacar quilômetros de gelo e solidão
tudo vazio aqui, tudo queimando
temperaturas abaixo de zero
lágrimas em cubos
– pequenas distâncias são brutais
quando nos falta o oxigênio –
minha alma longe
tudo o que entreguei
enterrado sob a neve
tudo muito igual ali
língua, coração, palma da mão
e até os pequenos lóbulos das orelhas
tudo uma coisa só sem importância
aqui o ar é rarefeito
dói um bocado respirar
é a vida não cabendo dentro mim.